Número de alunos da modalidade cresceu 45.000% no Brasil, mas formados ainda enfrentam uma dose de preconceito. Morar em Londres e cursar uma graduação no Brasil. Receber o conteúdo da aula no smartphone. A Educação à Distância (EaD) tem mudado a maneira de brasileiros encararem os estudos e atraído mais adeptos. Entre 2000 e 2009, a modalidade cresceu 45.000% no Brasil, em relação ao número de alunos. Apesar disso, ainda enfrenta preconceitos do mercado. Há diferenças salariais e de carga horária de trabalho. Para a diretora do Campus Universitário Unisul Virtual, Jucimara Roesler, essa realidade está mudando: Temos avançado em muitas áreas, que hoje aceitam sem problemas o formado em educação à distância, como a Biologia. Esta modalidade de ensino é muito nova no Brasil, tem apenas 14 anos. É um trabalho a longo prazo, prevê a diretora. Algumas ações contribuem para diminuir o preconceito. Pela Lei de Diretrizes e Bases, o diploma de graduação de um curso à distância não pode apresentar nenhuma distinção em comparação ao presencial. Uma lei estadual, publicada em dezembro de 2009, proíbe qualquer discriminação do mercado em relação à pessoa graduada à distância.
Além de vencer o preconceito, Jucimara acredita que a modalidade enfrenta outros desafios, como melhorar a qualidade dos profissionais e aumentar a inserção de novas tecnologias da informação. Para discutir essas questões e trocar experiências, pesquisadores de universidades brasileiras e de outros países como Itália, Espanha, Inglaterra e Estados Unidos estão reunidos em Florianópolis, hoje e amanhã, no 1o Seminário Internacional Guide de Educação Superior Virtual. Se no Brasil a EaD ainda enfrenta preconceitos, em outros, ela oferece vantagens. A diretora da UnisulVirtual cita o exemplo da Espanha, onde empresas preferem profissionais formados pela modalidade de ensino. São pessoas com mais autonomia, que sabem lidar com novas tecnologias e mais disciplinadas. Disciplina e perseverança são fundamentais para estudar à distância. ressalta Jucimara.
Metodologia torna possível conciliar estudo e emprego - Essas qualidades não faltaram a Adriana Pereira, 27 anos, que mora em Blumenau e é formada em Gestão da Tecnologia da Informação, curso que fez em casa. Ela optou pela EaD por conciliar estudo com emprego e por preferir a metodologia, toda à distância. Adriana recebia o material em casa pelos Correios, seguia as instruções de um tutor e enviava os trabalhos por uma espécie de intranet. Apesar de não atuar na área em que se formou, Adriana não teme por dificuldades na hora de conseguir um emprego: Como é uma área de tecnologia, eles estão mais acostumados com esse modelo. Talvez em outras, ainda haja um preconceito.
JÚLIA ANTUNES LORENÇO
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